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quinta-feira, novembro 27, 2014

NOTA: Não vou escrever sobre monumentos (pelo menos, de forma direta), para isso, há uma infinidade de outros sites, que o farão bem melhor do que eu poderia fazer. Escrevo sobre pessoas. 

Tiramos 5 dias para conhecer Roma e Florença, juntos (eu e Ele). Acredito que viajar é uma forma de conhecermos melhor as pessoas, e de nos conhecermos a nós mesmos. Os imprevistos, o cansaço, as surpresas, os momentos de euforia, os sustos, o desconforto do frio da noite, o desconhecido... podem ser ingredientes para o sucesso ou fracasso absoluto de uma relação. É por isso que acho que todos os casais deviam viajar juntos, para sítios desconhecidos, ou que conheçam mal.

Ao indiscutível sucesso da viagem, juntam-se as memórias de pessoas que se conhecem e se cruzam, perdidas numa translação igual à nossa. O Sabino, o italiano dono da pensão onde ficamos, que nos acolheu como parte da família, ou o artista brasileiro que arrancava suspiros com o seu estilo de pintura irreverente, numa das mais belas praças de Roma. O músico do metro, que contava com tristeza as moedas, ao fim da noite, e que me deixou em lágrimas até chegar ao quarto, e me faz engolir em seco cada vez que a sua imagem me assombra...

Uma das coisas que mais me despertou a atenção foi, curiosamente, o facto de em cada canto se ver pessoas a tirar selfies com monopés, e outras tantas pessoas a tentar vendê-los, quase à força, "selfie, selfie, selfie, selfie...". É assustadora a forma como vivemos cada vez mais voltados para nós mesmos, egoísmo e exibicionismo espelhados em todas as ações.

A propósito de exibicionismo, decidimos publicar uma selfie por dia nas redes sociais! Incrível capacidade esta, do ser humano se contradizer em pensamentos e ações! Às vezes, parece que mostrar a relação a torna mais "real", quando parte do tempo ainda acho que tenho mais sorte do que merecia, por ter um amor assim...

Vou voltar, para escrever mais sobre a Itália, e vou tentar dispersar menos para a próxima vez!

quinta-feira, novembro 13, 2014


segunda-feira, novembro 10, 2014

Tudo na vida nos chega através das pessoas, no entanto, acabamos por dar prioridade a outras coisas que não valem nada, que não nos tiram o fôlego nem nos aceleram o coração.

É relativamente fácil encontrar pessoas especiais, anjos, eles andam por aí, e só não nos cruzamos com eles se não nos cruzarmos com ninguém. (Assim como os demónios.)

Não é difícil encontrar estes anjos, mas é muito difícil reconhecer um quando nos cruzamos com ele. Não têm asas, nem sequer se vestem de branco. Podem assumir formas muito diferentes, inclusivamente, alguns têm quatro patas. Dizem que esses são os que conhecem melhor o AMOR. Mas não me refiro a esses desta vez.

É aos que andam por aí, que estão nas caixas dos supermercados, nas ruas, nas filas de transito, a correr para apanhar comboios, em esperas sem fim nos aeroportos...

Esperei muito tempo até encontrar alguns. Procurei-os sem sucesso nos mais diversos locais... Até que percebi que eles estiveram sempre aqui, eu é que não tinha a capacidade de os distinguir dos demais. Não que seja necessário ter algum dom especial para os reconhecer, mas muitas pessoas não conseguem, algumas nunca chegam a aprender... O que eu aprendi, é que só os vemos quando fechamos os olhos, e deixamos a alma contemplar.

Esta é para os anjos da minha vida.

sexta-feira, novembro 07, 2014

Quando criei este blog, tentei escrever sobre alguma coisa em que eu fosse realmente boa. E pensei exaustivamente sobre o assunto, até que percebi que o que eu faço melhor é esperar.

Não daquelas esperas passivas, não me limito a ficar à espera, faço coisas acontecerem nos entretantos da vida, mas sempre estive à espera (de alguma coisa, de alguém).

Talvez porque cresci a ouvir dizer que quem espera sempre alcança, talvez porque, quase sempre, valeu a pena ter esperado. Talvez porque as esperas ajudam a manter viva a esperança, e a esperança morre por último.

Cada vez mais acho que saber esperar é um dom, conseguir controlar a ansiedade, não entrar em desespero quando o chão nos foge dos pés, e ter a capacidade de ir voando, nem que seja baixinho. A esperança é uma asa. A coragem é a outra.

quarta-feira, novembro 05, 2014


Sempre soube que o meu namorado gosta de aventuras, alias, esse é um dos motivos para ele ser meu namorado.

Há algumas semanas, Ele disse-me que planeava fazer uma viagem de 3 meses pela Ásia. Ofereci apoio incondicional e concordei imediatamente. O facto de Ele não ter apresentado uma data concerta fez com que parecesse menos "imediato", e isso foi um fator importante para a minha aceitação.

Porém, poucos dias depois, Ele marcou a data. Ainda o admirei mais depois de ter sido tão pronto na decisão, mas foi também quando a ideia começou a ganhar forma, e se transformou num acontecimento real. E faltam exatamente 3 meses e meio para a partida dEle.

Neste momento, escrevo em privado. Não sei se algum dia vou partilhar isto, ou se vou partilhar apenas com Ele, quando as saudades apertarem, ou se nem vou partilhar com ninguém.

Hoje, sinto-me entusiasmada por Ele, mas também ansiosa e receosa pelo futuro. Não sei o que esperar. Nem sei se vou poder esperar por Ele. Nunca acreditei em relações à distância, e 3 meses é demasiado tempo para quem se ama e, ao mesmo tempo, pode ser tempo nenhum.